O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou na noite desta quinta-feira (28) o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. Em discurso, Lula disse que seu governo tem feito pela educação o que não foi feito pelos governos anteriores nos últimos 30, 40 anos. Segundo ele, a qualidade do ensino público caiu porque os investimentos ficaram atrofiados no passado e a classe média migrou para a escola particular.
"Isso foi um pouco que atrofiou, porque você [Estado] ficou de um lado, com a parte mais empobrecida da sociedade procurando a escola pública, e aquela parte que poderia exigir mais [classe média] foi se acomodar, gastando parte do orçamento, que poderia gastar em viagens, pagando a escola particular", afirmou.
"Estamos construindo outra vez a máquina de fazer as coisas", disse ele. Lula afirmou também que o Congresso Nacional tem aprovado a maioria das propostas na área educacional, apesar de as notícias na imprensa passarem a impressão de que existem divergências entre os Poderes e nada é feito.
"A impressão é que vivemos todo santo dia em guerra. Um partido contra o outro. Analisem o que perdemos de votação em educação. Acho que nada", disse Lula.
Plano terá R$ 41 bi em 2009
O plano prevê a formação de 330 mil professores nos próximos cinco anos. As medidas para a valorização do professor incluem, ainda, o pagamento de financiamento de estudos com trabalho na rede pública, ajuda extra aos estados que não conseguirem pagar o piso de R$ 950 para os professores e uma prova nacional para o magistério.
Depois de assinar as medidas que favorecem os professores, o presidente Lula afirmou que o governo tem se esforçado e feito pactos com governadores e prefeitos para melhorar a qualidade da educação no País. "Poderemos ter a escola brasileira recuperada, digna e comparada a qualquer escola de bom nível no mundo", afirmou. O aumento nos recursos destinados à educação no Brasil, que chegaram a R$ 41 bilhões em 2009, foi lembrado pelo ministro. As medidas, segundo Haddad, não beneficiam apenas os professores. "Toda a formação do professor rebate diretamente no dia-a-dia da escola pública", disse o ministro.
Medidas de valorização do professor
Qualificação - Os cursos para a formação de professores serão oferecidos por 90 instituições públicas de ensino superior a partir do segundo semestre deste ano. A iniciativa vai beneficiar professores que ainda não têm formação superior; professores formados que lecionam em área diferente daquela em que se formaram e bacharéis sem licenciatura, que não poderiam exercer o magistério. A responsabilidade será da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que vai receber mais R$ 1 bilhão por ano para a formação de professores.
Fies - Uma alteração na lei que regulamenta o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) vai permitir financiamento de até 100% da mensalidade dos cursos de licenciatura, com pagamento por meio de serviço como professor de escola pública, depois da conclusão do curso. Cada mês de exercício profissional representará abatimento de 1% da dívida consolidada, o que significa que será possível quitar o financiamento em pouco mais de oito anos. A medida também vai valer para quem obteve o financiamento antes do lançamento do plano.
Piso - Os estados que comprovarem não ter condições de pagar o valor integral do piso salarial dos professores, de R$ 950, podem receber verba complementar da União. O piso é destinado aos professores da educação básica para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Prova Nacional - Ainda em 2009, o MEC vai lançar a matriz de uma prova nacional para professores, que terá a primeira edição em 2010. A prova vai permitir a formação de um banco de professores, que poderá ser utilizado por estados e municípios para a contratação. O MEC também poderá definir nota mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para o ingresso em cursos de graduação para formação de professores. A exigência de que 70% da carga horária dos cursos de pedagogia seja dedicada à formação de professores também faz parte das medidas.
Carreira - Até o final do ano, governo federal, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem elaborar planos de carreira para os professores e os profissionais da educação básica de suas redes. O plano deve contemplar itens como a formação inicial e continuada, o número de alunos por sala, o sistema de avaliação e a progressão funcional.
RADIOBRÁS/Agência Brasil
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