A valorização dos cursos superiores de tecnologia é uma tendência atual, revelada pelos dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo Ministério da Educação esta semana. Mais voltados para o mercado de trabalho, os cursos parecem ter conquistado seu espaço na sociedade brasileira, historicamente marcada pela valorização dos bacharéis.
O número de alunos que ingressaram em cursos de tecnologia cresceu 390% de 2002 a 2007, passando de 38.386 para 188.347. Foi o maior crescimento de matrículas registrado no período. Além disso, o número de cursos e de matrículas nessa modalidade de ensino cresceram mais do que as graduações presenciais.
Só na rede federal, os cursos passaram de 146 em 2002 para 331 em 2007.Para o secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, há uma mudança de perspectiva em andamento. “Dos 508 anos de história do Brasil, tivemos 388 de escravidão.
Isso trouxe marcas profundas para a sociedade brasileira. Uma delas é a supervalorização dos bacharéis em detrimento dos trabalhadores. Isto está mudando”, afirmou. Os dados do Censo da Educação Superior devem ser ainda mais favoráveis à educação profissionalizante nas próximas edições.
Isso porque o censo de 2007 ainda não reflete a expansão da rede federal nem a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, nos quais 30% das vagas estarão reservadas a cursos superiores de tecnologia.
A expansão é a maior da história do país. Até o final de 2010, a rede federal contará com, no mínimo, 354 escolas técnicas. Em 2005, ano do início da expansão, eram 140. “O crescimento econômico brasileiro gerou uma demanda por trabalhadores qualificados. Grande parte dessa demanda pode e deve ser atendida pelos cursos técnicos e profissionalizantes”, ressaltou Eliezer Pacheco
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